sexta-feira, 13 de julho de 2012

John Terry é absolvido das acusações de racismo contra Anton Ferdinand


A justiça inglesa inocentou o zagueiro John Terry nesta sexta-feira das acusações de racismo contra o Anton Ferdinand, do Queen Park Rangers. O jogador do Chelsea sentou no banco dos réus nos últimos cinco dias por causa da polêmica ocorrida durante uma partida entre as duas equipes, no Loftus Road, dia 23 de outubro do ano passado, na qual ele teria se dirigido ao adversário com as seguintes palavras: "seu preto de m...".
No veredicto, o juiz disse que não há evidências necessárias para alegar que Terry é racista, afirmando que a reputação de uma pessoa estava em jogo. Após o julgamento, o zagueiro deixou o local sem dar qualquer entrevista e com semblante sério, informou o diário inglês "Daily Mail".
terry chelsea (Foto: Getty Images)Terry deixou julgamento com semblante sério e sem dar qualquer declaração 
Em dezembro, a procuradoria britânica acusou Terry de “delito de alteração da ordem pública com agravante racial”, com base em um vídeo onde o jogador aparece xingando Anton com termos racistas. O início do julgamento havia sido adiado até esta segunda-feira, a pedido do Chelsea, para que o atleta pudesse participar da Eurocopa sem maiores problemas.
Devido ao caso, a Federação Inglesa de Futebol (FA) retirou a braçadeira de capitão do jogador, o que culminou na demissão de Fabio Capello. Na época, o treinador não concordou com a decisão.
Terry poderia ser multado em até 2,5 mil libras (cerca de R$ 7,8 mil) se o tribunal desse ganho de caso a Anton Ferdinand e, nesse caso, tornaria-se o primeiro jogador de elite a ser condenado por apresentar atitude racista durante um jogo.

Fla ouve resposta negativa do Wolfsburg e falha na busca por Diego


O Flamengo falhou na tentativa de contratar Diego para vestir a camisa 10. Nesta quinta-feira, o diretor de futebol Zinho e o vice de finanças Michel Levy, principais entusiastas da contratação do meia, receberam uma resposta verbal negativa do Wolfsburg. O “não” dos alemães deve chegar ao clube em papel timbrado nesta sexta.
diego meia  (Foto: Getty Images)Tentativa do Fla por Diego parou na negativa do Wolfsburg 
Diego, de 27 anos, era o plano A de Zinho e Levy. A dupla elaborou uma engenharia financeira, suportou a pressão contrária ao negócio, mas não conseguiu convencer o clube do jogador. No primeiro contato com o Wolfsburg, o Flamengo se comprometeu a pagar ao jogador R$ 500 mil de salário por um ano, num total de R$ 6 milhões. A pedido de Zinho, o vice de finanças rubro-negro viajou à Alemanha na semana passada para articular as tratativas. No encontro, surgiu uma nova possibilidade. A Volkswagen, acionista do clube alemão, arcaria com a outra metade do salário do meia e investiria R$ 7,5 milhões. Em contrapartida, estamparia sua marca no espaço nobre da camisa do Flamengo pelo período de um ano. Ao fim do contrato, uma nova negociação com a empresa discutiria valores para a prorrogação do vínculo.


Segundo o GLOBOESPORTE.COM apurou, o clube alemão definiria o tempo do acordo, que poderia ser de até dois anos. O período do empréstimo, no entanto, não alteraria o valor a ser pago pelo Flamengo. Foi por isso que Zinho considerou o negócio como excelente. Ainda que enxergasse uma luz no fim do túnel, internamente o dirigente reconhecia que a possibilidade de chegar a um desfecho positivo era pequena.

Atualmente, Diego recebe 4,5 milhões de euros por ano (cerca de R$ 11,2 milhões) e tem contrato com o Wolfsburg por mais duas temporadas, mas o clube pretendia negociar uma extensão por mais um ano para que, caso o jogador fosse emprestado ao Flamengo, houvesse tempo de ele voltar e com possibilidade de ser vendido.

Durante a tentativa do Flamengo de contratar Diego, o nome de Riquelme ganhou força nos bastidores. Nesta semana, o camisa 10 e seu empresário comunicaram ao Boca Juniors que ele não continuaria no clube e interromperia o contrato, que vai até 2014. Na Gávea, os que criticavam o custo da contratação de Diego eram os principais incentivadores do acerto com Riquelme. A direção ficou dividida, mas a preferência de Zinho prevaleceu.


O clube pode ficar sem um reforço para a posição, a mais carente do grupo de Joel Santana. A janela de transferências internacionais vai ser fechada dentro de uma semana, no dia 20. Apesar de elogiar e reconhecer o telento de Riquelme, que tem 34 anos, Zinho acha que o argentino não se enquadra nas caracteríticas que o clube procura. A personalidade forte e o estilo contestador também preocupam.


Em sexta-feira 13 de acidentes, Jorge Lorenzo é o mais rápido em Mugello


A sexta-feira 13 foi de sol e sorrisos para Jorge Lorenzo. Líder da MotoGP com 160 pontos na temporada, o espanhol foi o mais rápido nos dois treinos livres no circuito de Mugello, sede do GP da Itália do Mundial de Motovelocidade. Pela tarde, apesar de um rápido passeio pela brita e do vento forte, o piloto da Yamaha cravou 1m48s076 e deixou Dani Pedrosa e Nicky Hayden para trás. Héctor Barberá, Álvaro Bautista, Ben Spies e Yonny Hernandez não tiveram a mesma sorte e protagonizaram os acidentes do dia na pista europeia.
jorge lorenzo motovelocidade gp da itália Mugello (Foto: Agência Reuters)Jorge Lorenzo foi o mais rápido do dia no circuito de Mugello, na Itália (Foto: Agência Reuters)
A sessão desta sexta precisou ser interrompida com bandeira vermelha devido a um grave acidente sofrido por Héctor Barberá. Apesar do susto, o atleta não se machucou e voltou à pista para alcançar a quarta melhor marca do dia. Ben Spies, que caiu na brita, foi o sétimo no geral. Álvaro Bautista e Yonny Henandez não tiveram a mesma sorte. O espanhol caiu na curva 1 nas duas sessões e foi apenas o 11º, enquanto o colombiano bateu a 20 minutos do fim da prática da tarde. Os dois saíram ilesos.
MOTOGP Ben spies queda (Foto: Agência EFE)Ben Spies foi parar na brita, mas terminou com sétimo melhor tempo do dia 
Cesey Stoner, que pela manhã havia cravado o segundo tempo mais baixo, foi quem teve a maior queda de rendimento. Enfrentando tráfego em suas últimas voltas na bateria, foi apenas o sexto no geral. Apoiados pela torcida local, os italianos Andrea Dovizioso e Valentino Rossi ficaram em quarto e nono lugares, respectivamente. O piloto da Ducati voltou para os boxes bastante insatisfeito com a performance diante de seus compatriotas.
Confira os tempos do top 10 na segunda sessão desta sexta
1) Jorge Lorenzo – 1m48s076

2) Dani Pedrosa - 1m48107

3) Nicky Hayden – 1m48s157

4) Hector Barbera – 1m48s254
5) Andrea Dovizioso- 1m48s308
6) Casey Stoner – 1m48s527
7) Ben Spies – 1m48s540
8) Cal Crutchlow – 1m48s650
9) Valentino Rossi – 1m49s017
10) Stefan Bradl – 1m49s022

sábado, 9 de junho de 2012

Em busca do exame sumido: Fla procura prova contra Ronaldinho

Um mistério ronda o Flamengo. Ninguém sabe onde foi parar o suposto exame que teria encontrado álcool no sangue de Ronaldinho. Esta semana, depois que o vice-presidente jurídico do clube, Rafael de Piro, revelou a existência do polêmico hemograma, a presidente Patricia Amorim foi informada de que a "prova" havia desaparecido. Incrédula, a dirigente determinou que todos os esforços fossem feitos para encontrar o exame. Até agora... em vão. Os médicos rubro-negros não comentam o assunto.
O episódio traz outro dado que pode complicar a estratégia jurídica rubro-negra. A coleta de sangue não foi feita num dia de treino. Ronaldinho estava com dados desatualizados e foi convocado para o exame num dia em que estaria liberado de atividades. Foi realizado um hemograma completo. Nele, alguns índices (alterações na taxa de enzimas hepáticas) sugeriram o consumo recente de bebidas alcóolicas. Mas, como não havia treino previsto, há o temor de que R10 possa usar isso como defesa.
Além do exame, que foi realizado no Ninho do Urubu, o clube garante que tem, pelo menos, duas advertências por indisciplina assinadas pelo jogador. Mas outras evidências de "postura antiprofissional" que o Flamengo esperava anexar ao processo ainda não foram encontradas. Duas delas, na visão rubro-negra, tinham potencial para demonstrar os prejuízos decorrentes das atitudes do jogador: um e-mail de um dos patrocinadores dizendo que não iria renovar o contrato por causa de R10 e supostas provas e notas fiscais de que o craque teria ficado seis dias "internado" em um motel da zona sul do Rio de Janeiro - saindo apenas para treinar.
Até o dia 8 de novembro, data marcada para a audiência de conciliação e, em caso de insucesso no acordo, instrução e julgamento do problema, o caso correrá em segredo de Justiça. Antes disso, porém, na última terça-feira, o vice jurídico do Rubro-Negro, Rafael de Piro comentou sobre o exame e seu uso no processo.
- Isso foi feito. Não sei dizer quando, mas sei que foi feito. O exame constatou álcool no sangue do Ronaldinho. Acho que ele nem sabia do resultado do exame. Isso está comprovado e é prova mais do que clara. Já pedimos ao departamento médico e deve chegar para mim hoje (terça-feira) ou amanhã (quarta). Existe o exame, vamos levantar e certamente será usado. É mais uma prova inequívoca do comportamento inadequado dele. O fato de ter sido encontrado álcool no sangue dele é um negócio bastante grave. Estamos levantando essas provas. É um exame, o vídeo. Vamos jogar com todas as forças - disse Rafael de Piro.
De Piro não informou qual foi a taxa de álcool encontrada no sangue do atleta - nem a data em que o exame foi feito. No Brasil, a taxa de álcool permitida para dirigir - por exemplo - é de 0,2 g por litro de sangue. E, por enquanto, o advogado continua esperando pelo exame.
Além disso, o corpo jurídico do clube diz que usará o vídeo que mostra o encontro do atacante com uma mulher na concentração em Londrina, em janeiro, para questionar a postura de Ronaldinho. À época, Vanderlei Luxemburgo pediu uma punição severa ao ex-camisa 10, mas o clube fez apenas uma advertência e não tomou nenhuma medida mais enérgica. Agora, porém, tentará usar as provas contra o meia-atacante.
O Flamengo tem uma dívida assumida com o jogador de cerca de R$ 5 milhões. Mas os advogados de Ronaldinho cobram na Justiça o valor de R$ 40.177.714,00, pois existe uma cláusula no contrato de imagem do ex-camisa 10 que garantiria a rescisão unilateral e o pagamento dos meses restantes do compromisso – que terminaria no fim de 2014 – em caso de atraso superior ou igual a dois meses.

Terceiro mais rápido, Felipe Massa comemora melhor sexta-feira de 2012

Terceiro mais rápido dos treinos livres para o GP do Canadá, menos de 0s1 atrás de Fernando Alonso, e menos de 0s2 atrás de Lewis Hamilton, o mais veloz do dia. Foi a melhor sexta-feira de Felipe Massa em 2012, pelo menos é o que pensa o próprio piloto da Ferrari.
- Foi uma sexta-feira muito positiva para nós. Conseguimos fazer muitas voltas e, acima de tudo, testar tudo que tínhamos no nosso programa. Felizmente, a chuva – e como choveu – chegou logo depois que a segunda sessão terminou, então conseguimos fazer tudo corretamente. Resumindo, esta foi a melhor sexta-feira de 2012. Vamos torcer que isso possa continuar no sábado e no domingo também – afirmou Felipe.
A Ferrari levou novidades para Montreal, como um novo escapamento. E, para Massa, as alterações foram bem-vindas.
- Acho que podemos ficar felizes com o fato das novidades que trouxemos para aqui terem funcionado, mesmo que seja difícil fazer uma avaliação instantânea de quanta melhora elas produziram. Em todo caso, a intenção é manter o carro nessa nova configuração. O carro parece bem equilibrado e me pareceu bem consistente em termos de performance, mesmo que, obviamente, a pista não esteja produzindo muita aderência, já que é o primeiro dia do fim de semana.
Os pilotos voltam ao Circuito Gilles Villeneuve às 11h de sábado para o terceiro treino livre, com transmissão do SporTV.

Decepcionado por bater no 'Muro dos Campeões', Bruno admite: 'Exagerei'

Bruno Senna pediu à Williams para participar dos dois treinos livres para o GP do Canadá, ao invés de ceder o cockpit na primeira atividade para o reserva Valtteri Bottas, como acontece na maioria das etapas da temporada. No entanto, o brasileiro teve uma sexta-feira ruim e não conseguiu aproveitar o maior tempo de pista. Após ter problemas com a asa móvel na manhã, à tarde Bruno foi a primeira vítima do famoso “Muro dos Campeões. Restando ainda 40 minutos para o fim da atividade, ele perdeu a traseira do carro na saída da chicane e bateu com força na barreira de pneus, abandonando e ficando apenas com o 17º tempo.
- Foi um dia difícil hoje. Eu tive problemas DRS durante a sessão da manhã e tenho uma experiência limitada deste circuito. Por isso, hoje era para eu ver o quão longe eu posso levar o carro. Obviamente exagerei no fim do P2 e bati no muro, o que é decepcionante. Mas nós fizemos algumas melhorias no pacote e amanhã eu posso sair e tentar ajustar o set-up para obter um bom resultado no domingo – avaliou.
Apesar do carro ter ficado bastante danificado com a batida, o brasileiro está confiante de que poderá participar normalmente do terceiro treino livre e da classificação deste sábado.
- Os danos foram grandes, mas não preocupam. Os mecânicos vão colocar o carro em condições para os treinos do sábado sem maiores problemas.
Apenas 21º colocado na parte da manhã, Bruno destaca que, em razão do problema na asa móvel, que o impedia de buscar voltas rápidas, preferiu andar com o tanque cheio e fazer simulações de corrida.
- Como o DRS estava praticamente inoperante, andei com bastante combustível por toda a manhã, já que não fazia sentido tirar o combustível se o carro não estava bem balanceado.
Na segunda sessão do dia, Bruno afirma ter sentido evolução na Williams.
- O carro ficou bem mais competitivo. O problema é que não consegui encaixar uma volta limpa por causa do tráfego. Mesmo assim, deu para sentir que de ritmo eu estava muito próximo do Pastor Maldonado – disse.
O companheiro de equipe de Senna ficou com o 13º melhor tempo do dia, quatro posições à frente do brasileiro. O mais rápido do dia foi o inglês Lewis Hamilton, da Williams, seguido pelo espanhol Fernando Alonso e o brasileiro Felipe Massa, ambos da Ferrari.

Roleta russa atropela República Tcheca na Eurocopa: 4 a 1

Foi da Rússia o melhor futebol do primeiro dia de Eurocopa. Mesmo que com alguns momentos de sonolência, mesmo que com eventuais falhas defensivas, o time comandado por Dick Advocaat foi envolvente no ataque. Girando feito uma roleta (uma roleta russa), embaralhou a República Tcheca e goleou por 4 a 1 nesta sexta-feira, em Breslávia.
Destaque para Dzagoev, autor de dois gols, e para Pavlyuchenko, que foi a campo na etapa final para fazer mais um e dar o passe para outro. Shirokov também marcou. Pilar descontou para os tchecos.
Com o resultado, é da Rússia a liderança do Grupo A da Eurocopa, já que Polônia e Grécia empataram por 1 a 1 em Varsóvia. A República Tcheca fica na lanterna ao fim da primeira rodada.
A Rússia foi a campo sustentada por 14 jogos de invencibilidade - sequência que lhe rendeu algum respeito na Europa, mas ressalvado pela lembrança de que faz décadas que o país não consegue incomodar de verdade no continente. Os primeiros minutos de jogo nesta sexta-feira referendaram os incrédulos com a seleção de Dick Advocaat. Na largada da partida, foi a República Tcheca quem atacou.
Nada de muito empolgante, é bem verdade. Mas os tchecos trocaram passes na frente, avançaram em bloco, chegaram a preocupar a Rússia. Em vão. Como um gato à espera do movimento do inseto a ser abatido, o time de Arshavin foi fatal. Em um piscar de olhos, já estava na frente.
Quando a República Tcheca começava a ter motivos para se animar, a Rússia marcou. Foi aos 14 minutos. Zyryanov, pela direita, mandou na cabeça de Kerzhakov, que acertou a trave. O alívio tcheco durou um segundo. No rebote, Dzagoev concentrou todos os músculos de seu corpo em um chute seco, potente, fora do raio de Cech.
Aí começou a aparecer a roleta russa. Os meias mostraram uma movimentação pouco comum ao futebol do país. Pareciam girar em torno de um eixo, chamado Arshavin, e em busca de um ponto final, Kerzhakov. A República Tcheca, precisando casar a necessidade ofensiva com os cuidados defensivos, ficou a ver navios.
E levou o segundo gol. Arshavin, livre pelo lado esquerdo, recebeu, pensou na vida, analisou a crise europeia, contou os torcedores nas arquibancadas, teve tempo de fazer o que bem quisesse antes de acionar, em diagonal, os colegas que migravam para a área. A bola caiu nos pés de Shirokov. Foi dele o complemento: 2 a 0.
Era cedo - apenas 23 minutos de jogo. Em vez de diminuir o placar, a República Tcheca teve que cuidar para não levar mais. Até o final do período, o predomínio continuou sendo russo.
O jogo parecia decidido. Só parecia. A República Tcheca buscou forças onde parecia não ter. E conseguiu diminuir cedo no segundo tempo. A partida ganhou nova carga.
O sistema defensivo da Rússia deu bobeira aos seis minutos. Plasil ganhou liberdade para dominar e perceber a boa chegada de Pilar, às costas da zaga. O passe foi preciso. E o meia conseguiu driblar o goleiro Malafeev antes de empurrar a bola para o gol.
Renasceram as emoções da partida. Ela ficou aberta: lá e cá, lá e cá. A diferença é que a Rússia conseguia chegar até o portão da área adversária. Kerzhakov, repetidas vezes, poderia ter aumentado a vantagem de sua equipe. E, repetidas vezes, errou.
Dick Advocaat cansou de ver seu atacante perdendo gols. Saiu Kerzhakov, entrou Pavlyuchenko. Enquanto isso, crescia a República Tcheca, ora com chegadas perigosas, ora com chutes de longe. Era viva a possibilidade de mais um gol.
Dito e feito. Mas para a Rússia. Pavlyuchenko, em um de seus primeiros gestos na partida, acionou Dzagoev. Ele encaixou mais um chute forte, cruzado, sem esperança para Cech. Era a vitória russa.
Mas a vitória viraria goleada. E novamente com Pavlyuchenko. Ele recebeu na entrada da área, avançou com a bola e mandou uma pancada. Cech, coitado, ficou mais uma vez sem ter santo para rezar diante da roleta russa.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Técnico que assumiria na sexta o Villarreal falece na Espanha

O futebol espanhol amanheceu com uma trágica notícia. Faleceu nesta quinta-feira Manuel "Manolo" Preciado, que seria apresentado na sexta como o novo treinador do Villarreal. Aos 54 anos, o técnico descansava em uma cidade litorânea próxima a Valência quando foi vitimado por um infarto fulminante.
De acordo com informações do diário "AS", uma equipe de socorro ainda tentou reanimar Manolo Preciado que, no entanto, não resistiu, apesar dos esforços dos médicos.
Ainda de acordo com o periódico madrileno, Manolo Preciado era considerado um dos mais carismáticos treinadores do país, sendo sempre muito "atencioso, amável e simpático".
Via Twitter, importantes nomes do futebol espanhol registraram o pesar pelo falecimento do técnico: "Não tenho palavras para expressar o que sinto. Se vai um grande amigo e uma pessoa incrível (David Villa); "Quero enviar meus sinceros pêsames e um abraço à família e aos amigos de Manolo Preciado. Descansa em paz" (Victor Valdez); "Não tenho palavras. Um homem admirável" (Rafinha Alcântara).
Manuel Preciado Rebolledo era natural de El Astillero, um município da cidade de Cantábria. Atuou como zagueiro nos anos 1970 e 80, defendendo, entre outros, o Racing Santander, o Malloroca e o Alavés. Como treinador sua última equipe foi o Sporting Gijón, clube pelo qual conseguiu o acesso à divisão principal em 2007/08, permanencendo por mais quatro temporadas à frente da agremiação.

Milan rejeita proposta de R$ 102 milhões do PSG por Thiago Silva

Depois de receber uma resposta negativa na tentativa de contratar o atacante Ibrahimovic, o PSG voltou a receber um "não" do Milan. Desta vez, o alvo foi o zagueiro Thiago Silva. Segundo o jornal "Gazzetta dello Sport", o clube francês ofereceu € 40 milhões (R$ 102 milhões) pelo brasileiro, mas o vice-presidente Adriano Galliani não se deixou seduzir pelos valores apresentados.
Na última segunda-feira, a imprensa francesa havia noticiado que o clube parisiense, através do diretor de futebol Leonardo, ofereceu um total de € 40 milhões (em torno de R$ 100 milhões) por Ibra. Uma opção para o ataque que está mais perto de ser confirmada é o argentino Lavezzi, do Napoli. O PSG pretende pagar € 26 milhões (R$ 65,6 milhões), além de € 5 milhões (R$ 12,6 milhões) de bônus pelo jogador.
Thiago Silva também interessa ao Barça. Nesta semana, Galliani esteve em Barcelona, mas negou que estivesse na cidade para negociar o zagueiro. O clube catalão teria oferecido o mesmo valor do Paris Saint-Germain, mas poderia envolver o meia Thiago Alcântara, que agrada à diretoria rossonera, nas negociações.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ronaldinho entra na Justiça e está fora do Flamengo. Clube vai recorrer

Depois de um ano e cinco meses de um relacionamento conturbado, Ronaldinho Gaúcho não é mais jogador do Flamengo. O meia-atacante, que cobra do Rubro-Negro uma dívida de R$ 40.177.714,00, conseguiu a tutela antecipada na 9ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro. A liminar concedida pelo juiz André Luiz Amorim Franco foi protocolada na tarde desta quarta na CBF, e o fim do vínculo contratual será oficializado assim que a liminar passar pelos departamentos jurídico e de registros da entidade, o que libera o jogador para assinar com outro clube.
- O Ronaldinho não é mais jogador do Flamengo, o contrato dele foi rescindido judicialmente. Não posso falar de valores, porque eu mesma pedi segredo de Justiça. Mas estamos cobrando valores altíssimos, milionários, aos quais o atleta tem direito - disse a advogada do atleta, Gislaine Nunes.
O vice-presidente jurídico do Flamengo, Rafael de Piro, confirmou que o clube já foi notificado da decisão judicial que deixa o jogador livre do contrato que era válido até dezembro de 2014.
- Essa questão é controvertida. Eu e outros colegas consideramos que o pagamento de direitos de imagem é de natureza civil. O juiz entendeu que é salarial. Vamos entrar hoje (quinta-feira) ainda com um pedido de reconsideração no juízo que emitiu a decisão. Se não for satisfatório, vamos ao tribunal - afirmou De Piro.
 Segundo a lei trabalhista, o jogador pode entrar na Justiça e pedir a quebra de contrato quando o atraso de salários chegar a três meses. O clube entende que o rompimento só se justifica quando não paga os vencimentos previstos na carteira. Já Ronaldinho e sua advogada entendem que o atraso de direitos de imagem também permite a saída do atleta do clube.
- Conseguimos desmascarar o contrato de imagem que os clubes utilizam para burlar a previdência e os impostos. Tivemos o reconhecimento dessa remuneração como salário, o juiz acatou a nossa tese, e o Ronaldinho está liberado para seguir a vida dele - argumentou Gislaine.
Ronaldinho conseguiu o rompimento com o clube horas após a divulgação de um vídeo no qual o vice de futebol do Flamengo, Paulo César Coutinho, dizia a torcedores que o jogador estava afastado. A advogada do jogador criticou duramente o dirigente depois da obtenção da liminar.
- Dedico essa liminar ao Coutinho, eu nem sabia da pérola que ele falou sobre o Ronaldinho, com palavrão e tudo. Agora ele vai chorar na cama que é lugar quente. O Flamengo tem 100 anos, sim, mas, quando tem uma administração provinciana, olha só o que acontece - afirmou Gislaine Nunes.
Ronaldinho marcou 28 gols em 74 jogos com a camisa do Flamengo. Ele chegou ao clube em janeiro de 2011 e conquistou um título carioca.

Sem abatimento, Fla derrota a Seleção do Piauí em amistoso: 2 a 0

No primeiro jogo sem Ronaldinho Gaúcho, que entrou na Justiça e rescindiu com o clube, o Flamengo venceu a Seleção do Piauí por 2 a 0, nesta quinta-feira, em amistoso realizado em Teresina. Kleberson e Luiz Antonio fizeram os gols. Apesar de o adversário não ser da elite do futebol brasileiro, o resultado serve de alento para a torcida, que espera dias menos conturbados e de mais brilho da equipe. R10 foi lembrado pelos torcedores locais com uma faixa: "Ronaldo. Vai Tarde". O grande objetivo para o time do Fla era, além de arrecadar, ganhar mais ritmo de jogo por causa do longo período inativo antes do início do Brasileiro e da recente parada por causa dos amistosos da Seleção Brasileira. O técnico Joel Santana fez muitas substituições durante a partida e observou algumas caras novas, como o lateral Welington Silva, os zagueiros Artur e Thiago Medeiros e o meia Jorge Luiz. O primeiro foi titular, improvisado na esquerda, e teve boa participação
O Flamengo começou a partida com o freio de mão puxado, ao contrário do animado time piauiense, que arriscou duas bolas perigosas com Péricles e Zé Rodrigues. Mas foi só o Rubro-Negro colocar a bola no chão e aumentar um pouco o ritmo que começou a criar oportunidades, especialmente em tabelas pelas laterais. Na primeira vez que teve chance, Love quase marcou após um chute cruzado, mas Robinho defendeu com os pés.
Diante da diferença de qualidade técnica, nem o fato de o Fla atuar pela primeira vez com o meio de campo formado por Airton, Kleberson, Renato e Ibson atrapalhou a produtividade do time. Se Wellington Silva e Devid estivessem com a pontaria mais calibrada, a equipe carioca poderia ter aberto o placar antes dos 25 minutos. A principais jogadas ofensivas passaram pelos pés de Ibson, que distribuiu bem o jogo. Renato, aberto pela esquerda, também foi uma boa opção.
E foi dos pés de Renato que começou a jogada do gol do Flamengo, aos 39 minutos. O volante foi até a linha de fundo pela esquerda e cruzou forte para Kleberson, que, já dentro da pequena área, mandou para a rede. Sem forçar muito, o Rubro-Negro quase foi para o vestiário com mais um gol na contagem. Love entrou na área driblando e finalizou, mas a bola passou rente à trave direita de Robinho.
As duas equipes voltaram em ritmo lento para a segunda etapa. Na base do toque de bola, o Fla criou boas chances quando apertou um pouco mais. Deivid teve uma boa oportunidade em uma cabeçada após cruzamento de Wellington Silva, mas o goleiro defendeu. Para dar ritmo aos jogadores e ânimo ao time, Joel começou a fazer substituições a partir dos 15 minutos. Luiz Antônio, Diego Maurício, Bottinelli e Muralha foram os primeiros a entrar nas vagas de Kleberson, Léo Moura, Ibson e Deivid.
Antes de deixar o campo para dar lugar a Negueba, Vagner Love esteve muito próximo de marcar. Em jogada parecida com o primeiro gol do Fla, Renato chegou à linha de fundo e cruzou na medida para o Artilheiro do Amor, que desviou de cabeça mas mandou sobre o travessão. Mas o segundo gol só saiu aos 35 minutos. Bottinelli arrancou pela direita e rolou para Luiz Antonio, que pegou de primeira e mandou no cantinho direito do goleiro. Na comemoração, dancinha coreografada.
Depois do segundo gol, o Flamengo gastou o tempo até o apito final. Na melhor oportunidade do time piauiense, Paulo Victor fez boa defesa após finalização de Helchayer.
Os zagueiros Artur e Thiago Medeiros entraram durante o jogo nas vagas de Welinton e Marlon e fizeram suas estreias com a camisa rubro-negra, assim como o meia Jorge Luiz.


Porto aceita proposta, e Hulk será do Chelsea por R$ 117 milhões

Não bastou ganhar a Liga dos Campeões pela primeira vez: o magnata russo Roman Abramovich quer ver um Chelsea ainda mais forte na temporada 2012/2013, quando defenderá o título continental e lutará pelo Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão. E, de acordo com o jornal "Guardian", o desejo do dono milionário terá um pouco de sentido literal, já que Hulk, do Porto e da Seleção Brasileira, é o próximo reforço a ser anunciado. O valor da transação seria de € 47 milhões (cerca de R$ 117 milhões).
Segundo a publicação, os ingleses aceitaram o preço considerado próximo do exigido pelo time português, que fixou inicialmente os direitos do atacante em € 60 milhões (R$ 150 milhões), mas não viu outro clube apresentar uma proposta oficial. Restaria, portanto, um acordo somente entre os Blues e o jogador, que está nos Estados Unidos para disputar amistosos com a Seleção Brasileira.
Desta forma, a venda de Hulk superaria a do colombiano Falcao García, que saiu do Porto para o Atlético de Madri por € 40 milhões antes do início da temporada 2011/2012. Caso saia, o brasileiro se despedirá com três títulos do Campeonato Português, três Taças de Portugal e uma Liga Europa. Ele foi artilheiro da edição do Português de 2010/2011, com 23 gols.
Além de Hulk, o Chelsea teria praticamente definida a contratação do meia Eden Hazard, jovem revelação do Lille, eleito o melhor jogador das últimas duas edições do Campeonato Francês. O belga custaria £ 32 milhões (R$ 99,2 milhões) aos cofres londrinos, além de um alto salário depois de o clube ter aparentemente vencido um leilão com Manchester City e Manchester United. O único confirmado, porém, é o alemão Marko Marin, já anunciado por £ 8 milhões (R$ 24,8 milhões).

domingo, 13 de maio de 2012

Vencedor e herói

Após vencer na pista, um gesto de grandeza. Esta imagem foi tirada durante o dramático incêndio nos boxes da Williams, neste domingo em Barcelona. Pastor Maldonado socorre Manuel, seu primo, que está com uma bota ortopédica em meio à densa fumaça vinda da garagem. É, sem dúvidas, o herói do dia na Espanha.

Em jogo com seis gols, Bahia quebra jejum e volta a conquistar o Baiano

O azul, vermelho e branco volta a reinar na Bahia. O campeão está de volta. Após o mais longo jejum de sua história, o Bahia voltou a soltar o grito de campeão. E do jeito que o torcedor tricolor sempre viu, mas nunca se acostumou. Em um jogo com seis gols, onde o Bahia ficou atrás do placar por duas vezes, o Esquadrão encerrou o jejum de dez anos sem conquistar um título e aumentou a hegemonia sobre o rival para 18 conquistas. São 44 títulos tricolores e 26 rubro-negros.
Um título com sabor de presente de grego. Neste domingo, o Vitória completa 113 anos de existência. E com um toque de coincidência. A última vez que o Bahia levantou uma taça foi no dia 12 de maio de 2002, no Campeonato do Nordeste. Há exatos dez anos, em um dia das mães e na véspera do aniversario do rival. O adversário também foi o Vitória.
Uma conquista que serviu para coroar o melhor Campeonato Baiano do Bahia nos últimos anos. Após o começo oscilante com Joel Santana, o Tricolor embalou com a chegada de Paulo Roberto Falcão. Tanto é que depois de 18 anos depois a equipe foi para a decisão com a vantagem. Melhor campanha da primeira fase, fez nove pontos a mais que o maior rival e termina a competição com o melhor ataque do Baiano.
Com o fim do Baiano, Bahia e Vitória se preparam para o Brasileiro. Mas antes da estreia nas Séries A e B, respectivamente, as equipes têm os primeiros duelos pelas quartas de final da Copa do Brasil. Na quarta-feira o Rubro-Negro enfrenta o Coritiba. No dia seguinte será o dia de o Tricolor jogar contra o Grêmio. Os dois jogos serão em Salvador.
Virada e gosto de clássico
O primeiro tempo começou com a taça nas mãos do Bahia. Com o 0 a 0 no primeiro jogo, o Tricolor dependia apenas de um novo empate para ser campeão. Por isso, o Vitória tratou de tomar a iniciativa em campo. Com o meio formado com três volantes, o time de Paulo Roberto Falcão teve dificuldade na saída de bola e foi surpreendido pelo rival.
 
A formação ofensiva de Ricardo Silva e a aposta nos cruzamentos de Romário, pela lateral direita, surtiram efeito imediado. Logo aos quatro minutos, o lateral levantou a bola na área e Neto Baiano nem precisou de muito esforço para abrir o placar. Vigésimo sexto gol dele no Campeonato Baiano e a taça a caminho da Toca do Leão.
A parte rubro-negra de Pituaçu ainda fazia festa quando Gabriel levantou a bola na área. Ela passou por todo mundo e encontro Fahel livre para dominar e chutar forte no canto direito do goleiro Douglas. Empate em campo e tranquilidade para o Bahia.
Além de ter sofrido o gol de empate, o Vitória levou outro baque logo em seguida. Principal arma ofensiva da equipe, Romário se machucou em uma disputa com Lulinha e deixou o gramado. Como Léo havia sido vetado para a partida, Ricardo Silva teve que improvisar o zagueiro Gabriel Paulista na posição.
Aí o domínio passou a ser tricolor. Em apenas três minutos, Lulinha teve duas oportunidades de virar o placar. Na primeira, completou de letra um cruzamento de Fahel e viu Douglas fazer uma defesa espetacular. Na segunda, avançou sozinho em direção ao goleiro, mas se atrapalhou e mandou a bola para fora.
Quando o jogo se caminhava para o empate no primeiro tempo, falha geral na zaga do Vitória. Gabriel cobrou uma falta da intermediária, Douglas falhou na saída e a bola entrou sem tocar em ninguém. Gol que aflorou os ânimos dentro de campo. Os jogadores do Vitória cercaram o árbitro para reclamar de falta no lance.
A reclamação gerou intenso bate-boca entre os jogadores nos minutos finais do primeiro tempo. Na saída para o intervalo, Neto Baiano e Uelliton se desentenderam com Danny Morais, mas a turma do deixa disso conseguiu evitar que o espetáculo de dentro de campo fosse manchado pela briga fora dele.
Emoção e título tricolor

Na volta para o segundo tempo, Ricardo Silva tirou Marquinhos de campo e colocou Dinei para formar dupla de ataque com Neto Baiano. Mas quem assustou mesmo foi o Bahia. Em boa jogada de Madson pela direita, Souza ficou com a sobra e bateu colocado. A bola, caprichosamente, encontrou a trave de Douglas.
O susto inicial fez com que o Vitória partisse para cima em busca do gol de empate. O que não demorou para acontecer. Em cobrança de escanteio, Diones fez falta dentro da área e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Neto Baiano fez o 27º dele no Baiano, se igualou a Cláudio Adão e recolocou o Vitória na partida.
Logo depois do gol de empate do Vitória, Douglas se redimiu da falha no segundo gol tricolor. Titi cabeceou com perigo e o goleiro rubro-negro salvou em cima da linha. No contra-ataque, Dinei aproveitou cruzamento de Neto Baiano e virou o placar mais uma vez. Festa da parte vermelha e preta de Pituaçu.
Com o Vitória novamente na frente do placar e a taça a caminho da Toca do Leão, o Bahia teve que voltar a atacar com mais força. E chegou ao empate em um lance bem comum do tricolor. Gabriel levantou a bola na área, Douglas não segurou a cabeçada e Diones mandou para o fundo das redes.
Com o gol, o Bahia voltou a controlar a partida, foi em busca do quarto gol e o clima voltou a esquentar. Pela segunda vez consecutiva, o técnico Falcão abusou das reclamações, foi expulso e teve que acompanhar os últimos minutos da entrada do vestiário.
De lá ele viu Souza desperdiçar duas boas chances de colocar o Bahia na frente do placar mais uma vez. Viu também Marcelo Lomba salvar o Tricolor por duas vezes em apenas um minuto. Lamentou quando Uelliton chutou a bola na barriga de Vander, os dois se desentenderam e foram expulsos. Respirou aliviado quando Pedro Ken recebeu um cruzamento sozinho dentro da área e mandou longe do gol de Marcelo Lomba. Ficou irritado quando Souza foi expulso por ter dado um tapa no rosto de Gabriel e comemorou como nunca quando o árbitro Wilson Seneme apitou o fim da partida. Após longos e angustiantes dez ano, o torcedor do Bahia pôde soltar o grito engasgado de campeão. E a Bahia voltou a ser tricolor.

Santos de Neymar vence, iguala tri de time de Pelé e entra para a história

Quem hoje ouve dos pais e avós relatos sobre o Santos de Pelé terá a obrigação de, no futuro, contar aos filhos e netos histórias do Santos de Neymar. História que ganhou novo capítulo neste 13 de maio de 2012, quando o Santos de Neymar venceu por 4 a 2 o Guarani e conquistou o tricampeonato paulista consecutivo. Feito que ninguém havia sido capaz de alcançar desde o Santos de Pelé, em 1967, 68 e 69.
A equipe pisou o gramado do Morumbi já campeã. Só uma catastrófica derrota por três gols de diferença levaria a decisão para os pênaltis. As pouco mais de 53 mil pessoas na arquibancada já comemoravam. Faltou o churrasco para dar o tom de jogo festivo. Com o Peixe na contagem regressiva para o título e o Bugre descompromissado, a pelada se instaurou no Morumbi.
Início com um gol a cada quatro minutos: Alan Kardec, Fabinho, Neymar e Bruno Mendes. No primeiro quarto do jogo, o placar já mostrava 2 a 2. Outras tantas chances foram desperdiçadas. Espaço de sobra para dribles e arrancadas. Jogo único, motivado por circunstâncias raras. O Guarani na final sem nada a perder e o Santos numa espécie de "relaxamento" antes de decidir vaga na semi da Libertadores contra o Vélez (ARG), em desafio bem mais árduo.
No fim, cada um no seu lugar. O Santos, com o brilho dos craques, no alto do pódio, a taça de seu 20º estadual. E como cresce o acervo do Alvinegro Praiano...  O Guarani, orgulhoso de não estar mais em destaque por atrasos de salário ou risco de perder seu estádio, e sim por uma campanha digna de aplausos. De ter sido o melhor entre os times comuns do estado. Esse Santos não é comum...
O que responderia o técnico Vadão se lhe perguntassem: "O que você prefere? Enfrentar Neymar aceso e dez jogadores apagados, ou o contrário?". Em 45 minutos, o craque voltou a mostrar que pode resolver quase sozinho. Ou melhor, em um minuto...
Seus olhos enxergam mais do que os dos outros. E seus pés são capazes de obedecer o que os olhos vêem e o coração sente. Assim, ele deixou Elano na cara do gol. E Elano deixou Alan Kardec mais do que na cara, quase dentro do gol, para abrir o placar.
Neymar estava aceso. Fez o lateral Bruno Peres deslizar pelo gramado do Morumbi, deixou Kardec novamente em condição de marcar, puxou contra-ataques... E quando Paulo César de Oliveira entendeu como intencional o toque de mão de Fábio Bahia na área, o atacante ignorou a catimba de Domingos e do goleiro Emerson. Manteve a calma, só beijou a bola e atendeu seu pedido: ser colocada no ângulo.
Seus companheiros já pareciam querer antecipar a festa. Rafael soltou bola fácil nos pés do esperto Fabinho, que marcou o primeiro. Elano perdeu a bola, Durval furou e Bruno Mendes empatou de novo. Vacilos fatais contra um Bugre que exalava respeito à sua história e sua torcida. De um time que poderia ter vencido no primeiro tempo. Bruno Mendes e Medina ficaram livres à frente de Rafael, mas o goleiro da Seleção Olímpica se redimiu do erro.
Muricy Ramalho inquieto. Ganso desaparecido. Torcida ainda certa do título, mas à espera da vitória com a qual está tão bem acostumada pela equipe. Assim terminou a etapa inicial.

Segundo tempo com mais cara de final. Equipes desgastadas, precavidas e chances de gol raras. A cada minuto no relógio, o torcedor alargava o sorriso e ensaiava as dancinhas para acompanhar Neymar e companhia na celebração do título. E o Guarani, apesar das ordens de Vadão para avançar, substituia o ímpeto de tentar o milagre de três gols pelo orgulho de voltar a figurar numa final de Campeonato Paulista.
O ritmo de jogo era ditado pelos santistas e a ordem de Muricy Ramalho muito clara: manter a posse de bola, que até então ficara mais com o adversário. Parecia atormentar a cabeça dos bugrinos a impressão de que o último fio de esperança ficou nas chances perdidas dentro da grande área, no primeiro tempo.

Uma semana em três cores: Flu vence mais uma e é campeão carioca

Que semana para o Fluminense! Para o bem: goleada no primeiro jogo da decisão estadual, depois classificação às quartas de final da Libertadores, depois título carioca. E que semana para o Botafogo! Para o mal: derrota no primeiro jogo da decisão estadual, depois eliminação nas oitavas de final da Copa do Brasil, depois perda do título carioca. O time tricolor, com vitória por 1 a 0 neste domingo de chuva, no Engenhão, iluminou um período de júbilo para a equipe de Abel Braga e obscureceu os tempos de trevas para o rival. Pela 31ª vez no Campeonato Carioca, “vence o Fluminense”, como diz o hino do clube.
A vitória por 4 a 1 no primeiro jogo, na semana passada, foi celebrada com mais um triunfo. Rafael Moura, substituto de Fred, lesionado, completou boa jogada de Carlinhos no segundo tempo para deixar certo aquilo que já era provável. O Botafogo atacou mais, criou mais chances, foi mais incisivo, mas não soube fazer o gol. Para os tricolores, foi um título relativamente tranquilo.
O semestre do Fluminense, que já é bom, pode ficar melhor. Na quinta-feira, o campeão carioca encara o Boca Juniors, na Bombonera, no primeiro jogo das quartas de final da Libertadores. Para o Botafogo, resta a preparação para o Campeonato Brasileiro. A estreia é no próximo domingo, contra o São Paulo, de novo no Engenhão.
O Botafogo foi a campo sem aquelas amarras com que os temores por derrota costumam prender o futebol. Afinal, entre pouco perdido e muito perdido, a diferença é mínima. Para quem havia levado 4 a 1 no primeiro jogo, não tinha muito papo para jogar fora: era atacar, fazer o primeiro gol, depois o segundo, depois o terceiro.
A necessidade alvinegra abriu as portas do jogo. Desde o primeiro milésimo de segundo, a partida ficou desenhada com clareza: Botafogo atacando, Fluminense respondendo. Os primeiros minutos foram frenéticos. Mesmo muito desfalcado (Marcelo Mattos, Andrezinho, Antônio Carlos e Lucas não jogaram), o time de Oswaldo de Oliveira soube agredir. Elkeson, de cabeça, mandou para fora. Loco Abreu, de perna direita, perdeu chance clara. E repetiu a dose, assim como Elkeson se repetiria com chutes de longe.
Atacar não era tudo. O Botafogo ainda precisava criar barreiras defensivas contra um time talentoso no ataque. E soube fazer, dentro dos limites impostos por um jogo em que ceder espaços era necessidade. Márcio Azevedo esteve bem na esquerda. Jadson soube cuidar de Deco. Rafael Sobis e seu xará, Moura, foram acossados.
Mas, claro, o Fluminense também teve chances. Rafael Moura perdeu gol quase feito. Anderson, de surpresa, apareceu pela esquerda e tocou para o centroavante, no apogeu da liberdade, sem ninguém em volta, bater colocado. Jefferson caiu bem e defendeu. Chutes de longe de Rafael Sobis e cabeceio de Gum foram outras possibilidades criadas pelos tricolores.
Mas a supremacia esteve com o Botafogo. A posse de bola foi alvinegra: 58% contra 42% na primeira etapa. O time de Oswaldo finalizou o dobro que seu adversário: seis contra três. E usou muito mais as jogadas de linha de fundo: quatro contra uma. Como reflexo, o Fluminense teve três contra-ataques, e o oponente, apenas um.
O jogo também teve lances polêmicos. As duas equipes pediram pênaltis. O Fluminense reclamou de falta de Gabriel em Rafael Sobis, e o Botafogo gritou por toque de mão de Gum. Os tricolores ainda lamentaram perder Deco. Com lesão muscular, o meia foi substituído por Wagner ainda na etapa inicial e preocupa para o jogo contra o Boca.
 
O fim aos 17 minutos
Até os 17 minutos do segundo tempo, até aquele instante decisivo em que a bola foi dividida por duas chuteiras, ambas tricolores, e entrou no gol de Jefferson, o Botafogo havia criado três chances de gol. Todas em vão. Com Herrera no lugar de Elkeson, a ideia era criar um time ainda mais agudo. De onde pouco se esperava, pouco nasceu. O argentino teve um chute fraco, de longe, antecedido por pancada na trave de Márcio Azevedo e por conclusão pouco ameaçadora de Fellype Gabriel.
Mas houve o lance dos 17 minutos. Houve aquele momento decisivo. Carlinhos, pela esquerda, mandou uma pancada na direção da pequena área. Ali, duas chuteiras, aquelas duas tricolores, disputaram a bola. E ambas se deram bem. Um pouco por causa de Thiago Neves, outro tanto por causa de Rafael Moura, o Fluminense fez o gol. Gol de centroavante. Gol de título.
O Botafogo precisava de quatro gols em 30 minutos para ser campeão. Impossível. A entrada de Vitinho no lugar de Loco Abreu foi um último gesto de quem esperava um milagre que santo nenhum poderia atender.
O Fluminense cozinhou o jogo. Chances se tornaram artigo raro para o Botafogo, que ainda perdeu Maicosuel, expulso após levar o segundo amarelo. Abel Braga mandou a campo seu filho, Fábio, pela primeira vez campeão como profissional. E viu seu time criar mais alternativas do que o rival.
A torcida tricolor teve tempo de sobra para comemorar no Engenhão, casa do rival. Gritou que é campeã. Entoou "olés". Direito dela. Que semana para o Fluminense!
As comemorações pela vitória de Pastor Maldonado no GP da Espanha deste domingo, a primeira da Williams desde 2004, foram interrompidas precocemente em razão de uma explosão seguida de incêndio na garagem da escuderia no Circuito da Catalunha. Em comunicado oficial, a Federação Internacional de Automobilismo informou que 31 pessoas foram encaminhadas ao centro médico do circuito, sendo 24 liberadas e sete trasferidas para hospitais locais, onde recebem tratamento.
A explosão ocorreu em um tanque de combustível atrás do boxe da equipe. O mecânico que realizava a operação sofreu queimaduras, intoxicação por fumaça e teve o braço quebrado. Ele foi levado ao centro médico do autódromo e depois transferido de helicóptero para o hospital Valle de Hebron, em Barcelona.
O incêndio aconteceu 1h30 após a corrida e foi controlado em poucos minutos pelos bombeiros e membros das equipes Williams, Force India e Caterham. Até o vencedor Maldonado participou do resgaste e socorreu nas costas o primo Manuel, que estava com a perna imobilizada (veja a foto no Blog Voando Baixo).  Uma densa fumaça tomou conta do local. O pitlane foi evacuado pelos fiscais de pista e os funcionários da imprensa foram movidos para a outra ponta do paddock.
Segundo a Williams, quatro funcionários precisaram receber atendimento médico e um deles foi liberado. A Force India e a Caterham também confirmaram que tiveram mecânicos atendidos por causa do incêndio.
No momento do acidente, membros da Williams estavam reunidos na garagem da equipe comemorando o resultado na prova e o fundador e chefe da equipe, Sir Frank Williams se preparava para fazer um discurso. Houve tumulto e o dirigente foi removido rapidamente em sua cadeira de rodas. Os prejuízos ainda não foram contabilizados. As causas do incêndio estão sendo investigadas.
Após marcar sua primeira pole no sábado, herdada com a punição de Lewis Hamilton, o venezuelano Maldonado segurou a pressão do piloto da casa, o espanhol Fernando Alonso e conquistou sua primeira vitória na carreira. Aos 27 anos, Maldonado levou seu país pela primeira vez ao alto do pódio e conduziu a tradicional Williams de volta aos dias de glória, justamente no fim de semana em que a equipe celebrou os 70 anos de seu fundador, Sir Frank Williams. A última vitória da escuderia de Grove tinha sido há quase oito anos, por coincidência com outro sul-americano, o colombiano Juan Pablo Montoya, no GP do Brasil, em outubro de 2004.

CR7 marca um, Real vence e alcança pontuação centenária na Espanha

Após garantir o título do Campeonato Espanhol com duas rodadas de antecedência, o Real Madrid traçou mais um objetivo na competição: atingir 100 pontos na tabela final de classificação. E neste domingo, no Santiago Bernabéu, em jogo válido pela última rodada, os comandados de José Mourinho golearam o Mallorca por 4 a 1, conquistaram a meta traçada pela comissão técnica e se tornaram a primeira equipe a atingir tal feito em competições nacion.

Mesmo sem ter ficado com a artilharia, Cristiano Ronaldo quebrou mais um recorde na Espanha. Com o tento sobre o Mallorca, CR7 alcançou o feito de ter marcado gols em todas as equipes que participaram da Série A na temporada 2011/2012.
E foi justamente CR7 quem abriu o marcador para o Real Madrid. Aos 19, Marcelo cruzou da esquerda e o português subiu mais do que os defensores para abrir o marcador. Quatro minutos depois, Benzema recebeu ótimo passe de Higuaín e fez 2 a 0. Com o resultado, a festa tomou conta das arquibancadas do Santiago Bernabéu.

A presença do público no estádio também foi um capítulo à parte na despedida do Real da competição. Além do belo mosaico durante a entrada dos jogadores merengues em campo, os torcedores atenderam aos pedidos de comparecer ao estádio com a camisa branca, o uniforme número um do time da capital.
Na volta para o segundo tempo, o Real não diminuiu o ritmo e logo aos quatro, Özil fez o terceiro. Três minutos depois, Castro diminuiu para o Mallorca. Nada que deixasse os merengues preocupados. Não demorou para o time de Mourinho balançar a rede mais uma vez. Aos 13, o alemão fez o seu segundo tento e decretou a goleada: 4 a 1. 
A partir daí, o Real Madrid passou a desperdiçar várias oportunidades de ampliar a goleada. Özil, CR7, Benzema... Todos perderam chances de aumentar ainda mais o placar a favor dos merengues. Nada que atrapalhasse a festa no Santiago Bernabéu. No fim do duelo, os jogadores merengues finalmente tiveram a oportunidade de erguer o troféu de campeão espanhol.

Mais na Europa com 20 clubes. Os gols foram marcados por Cristiano Ronaldo, Benzema e Özil (2). Castro descontou para os visitantes.
Com o empate do Barcelona por 2 a 2 com o Bétis, no último sábado, o Real Madrid encerrou o campeonato com nove pontos de vantagem para o rival. Por outro lado, na briga pela artilharia da competição, o astro culé Lionel Messi levou a melhor sobre Cristiano Ronaldo. O argentino marcou 50 gols contra 46 do português.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Bahia vence Portuguesa e enfrenta o Grêmio nas quartas da Copa do Brasil

Fabinho foi o autor do primeiro gol Bahia contra a Portuguesa.


Pela quinta vez na história da Copa do Brasil, o Bahia está nas quartas de final da competição. O Tricolor não repetiu uma daquelas exibições do início da era Paulo Roberto Falcão, mas fez o suficiente para derrotar a Portuguesa por 2 a 0, no estádio de Pituaçu, e garantir a classificação. Na próxima fase a equipe baiana vai enfrentar o Grêmio. O primeiro jogo será na próxima semana em Salvador.
Apesar do pensamento dividido entre a luta nas oitavas de final e a decisão do Campeonato Baiano, Falcão voltou a escalar um time ofensivo. Do lado da Portuguesa, o jogo era encarado como a chance de redenção no semestre, já que o time foi rebaixado no Campeonato Paulista.
O primeiro jogo, no Canindé, terminou empatado em 0 a 0. Por isso, a vitória era a única alternativa para o Bahia. Com o tirunfo, o Tricolor chega com moral para a decisão do estadual. Sem conquistar o título há dez anos, o Bahia joga por um empate, no domingo, contra o Vitória, para encerrar o jejum. Já a Portuguesa, que nunca passou das oitavas de final da Copa do Brasil, só volta a jogar na estreia da Série A do Campeonato Brasileiro, no dia 19, contra o Palmeiras.

Bola parada faz a diferença
Como o empate em 0 a 0 não servia para ninguém, os dois times iniciaram em busca do gol. Apesar da movimentação inicial, os dois ataques não conseguiam assustar os goleiros.
Sem muita criatividade do meio de campo e com os erros nas finalizações, o Bahia conseguiu o diferencial em um dos seus pontos fortes nesta temporada. Gabriel cobra escanteio, a marcação fica de olho no zagueiro Rafael Donato e Fabinho, sozinho, não precisa nem pular para mandar a bola para o fundo das redes.
- Foi uma jogada treinada, temos de estar atentos. Eu estava no momento certo, na hora certa – comentou o volante.
Após o gol, o Bahia se segurou em campo e a Portuguesa cresceu. O time paulista explorou bem os erros da zaga Tricolor, mas não conseguiu ter eficiência. Aos poucos o time de Falcão reequilibrou o jogo e teve até a chance de ampliar, mas na frente do goleiro Wéverton, Titi tentou a cavadinha e desperdiçou a oportunidade.

Com o placar adverso, a Portuguesa voltou para o segundo tempo com o pensamento ofensivo. O time paulista até que criou algumas oportunidades, mas voltou a pecar nas finalizações. Boquita e Henrique desperdiçaram chances nos dois primeiros minutos.
Após o susto inicial, o Bahia conseguiu equilibrar a partida, mas sem se expor muito em campo. Aos 13 minutos, em cobrança de falta de Gabriel, Titi desviou na primeira trave. Donato, na dividida com Raí, tentou chegar na bola e caiu na área. Os jogadores pediram pênalti, mas o árbitro Héber Roberto Lopes mandou o jogo seguir.
Pouco tempo depois a Portuguesa voltou a assustar. Aproveitando os erros de passe do Bahia, Luís Ricardo cruzou para a área e Ananias cabeceou. Imóvel, Marcelo Lomba acompanhou a bola passar perto de sua trave.
A angústia do Bahia acabou quando Júnior aproveitou um vacilo da zaga da Lusa, nas divididas com Rogério e Renato, e mandou de cobertura para fazer o segundo gol da partida.
Com a vantagem no placar, Falcão passou a pensar na decisão do próximo domingo. O treinador tirou Titi e Gabriel de campo para as entradas de Danny Morais e Magno. Pouco tempo depois, Rogério recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso.
O Bahia chegou a fazer o terceiro com Vander, mas o auxiliar marcou impedimento. Nos minutos finais, o Tricolor tocou mais a bola e ainda criou novas oportunidades, mas abusou do preciosismo. Sem forças, a Portuguesa não conseguiu reagir e amargou a eliminação na Copa do Brasil.

Com 'sangue nos olhos', Santos se vinga humilhando o Bolívar na Vila e ganha por 8 x 0


"Aqui, en Vila Belmiro, la respuesta está dentro de campo". A frase, em portunhol legítimo, estampava uma faixa exibida por torcedores santistas. Era um recado aos jogadores e aos torcedores do Bolívar. Na partida de ida, em La Paz, além da altitude de 3.660 metros acima do nível do mar, o Peixe teve de lutar contra a violência dos adversários em campo e o vandalismo de torcedores, que atiravam objetos no gramado - Neymar, que era um "desconhecido" para o técnico do Bolívar, chegou a ser atingido no rosto. Resultado: Bolívar, 2 a 1.
A vingança veio nesta quinta-feira. E em forma de massacre. Com "sangue nos olhos", Neymar, Ganso & Cia massacraram o fraquíssimo time boliviano: 8 a 0. O resultado é a sexta maior goleada da história da Libertadores - a maior é um 12 a 1 do Peñarol-URU sobre o Valencia-VEN, em 1970. O Peixe ficou a um gol de superar seu maior placar na competição - um 9 a 1 sobre o Cerro Porteño-PAR, em 1962.
O Santos agora encara um adversário bem mais difícil nas quartas de final da Libertadores: o Vélez Sarsfield, da Argentina. Quem passar pega o vencedor de Corinthians e Vasco nas semifinais.
Embalado pela goleada na Libertadores, o Santos agora se volta para a decisão do Campeonato Paulista. A vantagem é enorme: com os 3 a 0 sobre o Guarani no primeiro jogo, o time de Muricy Ramalho pode até perder por dois de diferença no domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi, que chega ao tri consecutivo.




Com "sangue nos olhos", Santos massacra
Foi seguramente um dos maiores massacres da história da Libertadores dentro de uma só etapa. Sem tomar conhecimento do Bolívar, o Santos atropelou. Claramente motivado pelos episódios ocorridos no jogo de La Paz, o time de Neymar, Ganso & Cia. parecia querer provar: guerra se combate na bola. E desde o primeiro minuto foi essa a atitude do Peixe.
Minutos antes de a bola rolar, Robinho enviou mensagem surpresa a Neymar. Por meio do telão da Vila Belmiro, o Rei das Pedaladas pediu para o camisa 11 arrebentar e marcar três gols. Também disse que o amava. Da Itália, o ídolo do Alvinegro certamente não esperava que todo o time levaria suas palavras tão ao pé da letra.
 A tradicional "pegada de Libertadores" era nítida. A missão era bem clara: golear o adversário a qualquer custo. Logo aos cinco minutos, o agraciado foi Elano. Atrás de um gol há tempos, o camisa 8, enfim, desencantou. Do jeito que gosta, recebeu passe de cabeça de Neymar e soltou o pé de fora da área. Sem a altitude de 3.660 metros, o goleiro Arguello parece ter sido confundido com a curva da bola, que morreu nas redes. Na comemoração, Elano ajoelhou no gramado com as caneleiras nas mãos, em homenagem às filhas Maria Clara e Maria Tereza, cujos nomes estão gravados no objeto.
Empurrado por uma Vila Belmiro lotada, o Peixe ligou o rolo compressor. Atordoado, o Bolívar até chegou a tentar finalização de fora da área com Cardozo, sem sucesso. Nada importava ao Santos, a não ser massacrar o adversário. A bela linha de passe tramada por Ganso, Adriano, Alan Kardec e Henrique era prenúncio do que viria pela frente. No escanteio seguinte ao lance, veio o pênalti em Edu Dracena. Neymar deslocou o goleiro, se isolou como maior artilheiro pós Pelé, com 105 gols, e "reverenciou" todos os torcedores na comemoração.
Dos 21 minutos, tempo em que Neymar ampliou o marcador, até os 36, o Santos fez mais três. O terceiro deles, porém, deve ganhar placa do presidente Luis Alvaro Ribeiro. Pela esquerda, o craque cruzou rasteiro para Ganso ajeitar o corpo e, de letra, matar Arguello. A bola ainda tocou na trave antes de entrar.
Nem bem deu a saída de bola e o Bolívar já sofria outro gol. Alan Kardec dominou na intermediária, avançou e bateu cruzado de fora da área, sem chances para Arguello. Quando parecia que o massacre já havia terminado, Neymar novamente deu o ar da graça. Pela esquerda, ele achou espaço na defesa do Bolívar, invadiu a área e só deu um leve tapa de direita, definindo os 5 a 0 no primeiro tempo.



Parecia que tinha acabado, mas ainda cabia muito mais

Os 15 minutos do intervalo poderiam esfriar o Santos na Vila Belmiro. Era por isso que o Bolívar torcia, mas tal fato esteve longe de acontecer. Incansável, o Peixe queria mais. Nem mesmo o som do "olé" entoado pelos santistas na primeira etapa relaxou a equipe. Entre pontapés dos bolivianos e lindas jogadas de efeito de Neymar e Ganso - por conta de cotoveladas, o meia teve de usar um algodão no nariz durante a partida -, o Santos continuava dando show.
Endiabrado, Neymar seguiu como protagonista. Mas em vez de artilheiro, assumiu papel de garçom. Em mais uma bela jogada pela esquerda, o atacante achou Elano. Com um lindo drible de corpo, lembrando o mesmo movimento executado por Diego, ex-Santos e atual Atlético de Madrid, contra o São Paulo em 2002, o meia tirou o zagueiro da jogada e só deslocou o goleiro: 6 a 0.
Se o Peixe jogava por música, a orquestra tinha de ter mais gols do Maestro. E de tanto treinar, Ganso acertou gol de falta. Desta vez, com bela contribuição de Arguello, que espalmou a bola para dentro, aos sete minutos. Àquela altura, tudo já era festa para a torcida do Santos. Com o placar garantido, Muricy Ramalho promoveu alterações. Alan Kardec deu lugar a Borges e Arouca foi substituído por Ibson.
E em mais outra boa jogada pela esquerda de Neymar, o Santos chegou ao oitavo. O craque gingou na frente dos adversários e rolou para Ganso na entrada da área. De primeira, o camisa 10 deixou Borges totalmente à vontade para finalizar e ampliar.
Mesmo com 8 a 0 no placar, nenhum torcedor boliviano tirou o pé da Vila Belmiro. A motivação era por um gol de honra da equipe celeste. Nos poucos lances de perigo criados pelo Bolívar na etapa final, eles ainda vibravam, mas não puderam comemorar nada. Rafael pegou tudo. Com tudo o que tem direito, incluindo olé, o Santos se garantiu com moral nas quartas de final da Libertadores.